
Sabemos que essa questão é polêmica no Espiritismo, mas apenas parcialmente concordamos com as opiniões contrárias à sua prática numa casa espírita. De saída, examinemos que nos referimos simplesmente a REGRESSÃO DE MEMÓRIA A VIDAS PASSADAS e não a TERAPIA DE VIDAS PASSADAS. Proceder ao tratamento dos transtornos emocionais ou psicológicos é prerrogativa de quem se habilitou a isso pelo caminho convencional de formação profissional.
Ocasionalmente, realizamos essa experiência em nosso grupo, com resultados plenamente satisfatórios. A base para o início dessa atividade encontramos no exame criterioso de algumas obras literárias, como as de autoria de Brian Weiss, Célia Resende e também Léon Denis que, no livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor revela a sua prática bem sucedida de regressão de memória. Também não nos liberamos do amparo de O Livro dos Espíritos, detidos especialmente na questão nº 395: Podemos ter revelações sobre as nossas existências anteriores? _Nem sempre. Muitos sabem, no entanto o que foram e o que fizeram. Se lhes fosse permitido dizê-lo abertamente, fariam surpreendentes revelações sobre o passado.
Resposta cautelosa, de mais significação do que as mais evidentes. Primeiro, nem sempre não significa jamais. De fato, estamos expostos a situações de potencial revelador a todo instante, desde as horas de sono, quando nos encontramos com conhecidos de séculos anteriores e esse fato propicia revelações em nossa memória adormecida, podendo até emergir para a consciência em vigília. Também há as circunstâncias menos agradáveis das injunções obsessoras, onde um Espírito nada amigável pode nos colocar a par de questões pendentes entre nós. Segundo, cada um de nós tem o seu Espírito orientador, protetor, e cabe a ele autorizar ou não tais revelações, dentro de critérios divinos bem definidos de provação, de expiação ou em atendimento a um anseio legítimo de aprendizado e autoconhecimento.
Eis o ponto! Aprendizado e autoconhecimento. Consideramos que nada pode ser realizado com bom êxito sem um propósito legítimo, perfeitamente justificável e, especialmente neste particular, sustentado por forte senso de responsabilidade e respeito por coisas sublimes. Este, portanto, tem sido o arcabouço e o propósito do projeto de regressão de memória a vidas passadas em nosso grupo espírita. Não é deliberadamente franqueado para acesso fácil, portanto não figuramos na condição de sermos apontados com o gracejo de quem diz inadvertidamente: _Vou àquele centro espírita, onde quem o deseje pode ir com sua memória a vidas passadas.
Absolutamente, não! É requisito primordial que o irmão selecionado para a experiência neste projeto tenha se aplicado ao estudo da doutrina espírita – da Filosofia Espírita – e tenha encontrado na reflexão do seu estudo em nosso grupo a lógica que lhe assegure aceitar que somos Espíritos. Somos imortais, porque a Vida reside no Espírito e apenas corpos físicos falecem. Livre do corpo ingressa-se numa dimensão de vida espiritual e é neste ambiente, sem qualquer instante de interrupção, que a vida continua, até o tempo de retorno, para a seguinte reencarnação. O estudante de Filosofia Espírita deve encontra-se conciliado com a sua realidade de Espírito em processo de aperfeiçoamento intelectual e moral, de modo que, no presente entra-se em condição algo melhorada em relação ao seu comportamento familiar e social, suas ideias e suas crenças e que, observar algumas nuanças de seu passado em existências anteriores, deve ser com a finalidade primeira e última de auxiliar-lhe com maior propriedade, em seu exercício de autoconhecimento.
Numa casa espírita onde essa mentalidade ainda não esteja suficientemente desenvolvida, recomendamos cautela e paciência, até que o trabalho nesse nível seja alcançado. Que Jesus seja a fonte de inspiração para todos!
É IMPORTANTE SABER E PUDEMOS CONSTATAR EM NOSSO GRUPO ESPÍRITA:
A regressão só se efetiva ou não com a permissão e monitoramento do ESPÍRITO PROTETOR daquele que se coloca em atitude de retorno às suas vidas passadas. A maioria dos psicoterapeutas reencarnacionistas não sabe disso e também desconhece que, além do Espírito protetor de cada paciente, o próprio terapeuta conta com um guia espiritual para essa atividade em seu consultório, esteja ele consciente ou não dessa realidade. O acompanhamento ocorre à sua revelia, oculto, discreto, abnegado. O psicoterapeuta americano Brian Weiss é especialmente consciente disso, como consta em seu livro A Cura Através da Terapia de Vidas Passadas e destacamos algumas de suas palavras neste livro:
“Nem sempre é necessário ou mesmo possível consultar um terapeuta de regressão. Até recomendo que meus pacientes enriqueçam sua terapia com técnicas que podem ser usadas em casa. Você pode usar as mesmas técnicas para explorar suas vidas passadas e acessar sua sabedoria superior. (...) Quanto mais você praticar melhores resultados obterá. (...) Todas as técnicas são seguras. (...) O subconsciente é muito sábio. Em geral ele escolherá a experiência apropriada para o momento e para a circunstância em que você se encontra. (...) Seja flexível. Deixe-se surpreender nos caminhos por onde sua sabedoria superior o conduzir, enquanto você começa a penetrar as muitas camadas de sua mente, corpo, emoções e alma.” [Pág. 98]
“Considero que um dos principais ganhos obtidos pela meditação com os exercícios de regressão a vidas passadas é a mudança de valores, trazendo mais liberdade de escolha, promovendo o desapego do que não é fundamental para a felicidade, levando a pessoa a adquirir uma nova visão da vida.” [Pág. 27]
“Quando falo em mudança de valores, quero me referir especialmente às pessoas que, ao vivenciarem a regressão a existências passadas, descobrem que são imortais. Viveram antes e voltarão a viver, unindo-se novamente a seus seres amados. A natureza do sofrimento e do luto transforma-se, quando elas tomam consciência de que, apesar de terem perdido o contato físico, o que sem dúvida é doloroso, voltarão a encontrar-se no outro lado e em outra vida.” [Pág. 27]
“Mas não é só em relação à vida depois da morte que os valores são transformados. A consciência de que somos seres espirituais provoca uma transformação profunda, levando-nos a investir mais no amor, na solidariedade, na compaixão, a perceber nossa conexão com os outros seres e a fazer desses valores o fundamento da nossa felicidade.” [Pág. 28]